A América Móvil, detentora da Claro, assumiu o interesse da empresa
em adquirir a concorrente Oi. O presidente da companhia mexicana,
Daniel Hajj, divulgou a notícia durante a teleconferência destinada a
divulgar o balanço do terceiro trimestre de 2019. Ele também explicou
que não há previsão de aumento dos investimentos para implantar o 5G em
2020.
A Claro se propõe a discutir as
possíveis negociações voltadas aos ativos de telefonia móvel,
infraestrutura de rede e assinantes da Oi. Mas, segundo fontes próximas
da empresa, ainda não há contatos oficiais em andamento.
A
ideia de comprar a Oi surgiu logo depois da recente aquisição da
Nextel, já aprovada pela Anatel e pelo Conselho de Administrativo de
Defesa Econômica (Cade). Segundo projeções feitas pela direção da Claro,
é provável que a transação seja concluída em novembro. A elevação dos
limites de frequência em São Paulo e Rio de Janeiro, portanto, só
provocaria impactos nos próximos trimestres.
O
burburinho em torno da eventual transferência da Oi agita o ambiente da
telefonia. Como se não bastasse o namoro da Claro, mais dois pesos
pesados estão de olho nela: a TIM e a Vivo, que estariam dispostas a se
unir à Claro para comprá-la e, posteriormente, dividi-la.
A
Oi não comenta publicamente a possibilidade de um acordo imediato vara a
venda de seus ativos. Enquanto isso, o diretor de operações, Rodrigo
Abreu, ex-CEO da TIM, admite que não há como buscar financiamento sem
que a empresa se desfaça da operação móvel no curto prazo.
Para
concretizar o plano operacional de expandir a fibra óptica FTTH, seria
preciso vender ativos não-estratégicos, como imóveis, torres, data
centers e a participação de 25% na operadora angolana Unitel. O desfecho
dependeria do aval da Anatel, já que a legislação vigente impõe às
prestadoras limites máximos de espectro por município.
Infraestrutura
O
presidente da América Móvil aproveitou a teleconferência para avisar
que não prevê a ampliação de investimentos para implantar o 5G em 2020. O
executivo disse que não há pressa para adotar a tecnologia na região.
Segundo ele, porém, a Áustria deve receber o avançado sistema já em
fevereiro.
Hajj revelou que já foram liberados recursos
financeiros para a melhoria de infraestrutura terrestre para o futuro
lançamento do 5G. Embora não tenha pressa, ele manifestou a intenção de
colocar a Claro como primeira operadora a consumar esse objetivo. O
próximo leilão de frequências ocorreria em março de 2020, mas ficou para
o segundo semestre. Motivo: possíveis interferências da frequência de
3,5 GHz pela TV aberta via satélite. Oi, TIM e Algar, porém, testam a
tecnologia escoradas na licença especial da Anatel.
A
disputa pela Oi terá outros concorrentes de peso. A operadora americana
AT&T demonstrou oficialmente seu interesse em comprar a Oi no
Brasil ainda em 2019. A aquisição dependeria de algumas condições
estabelecidas pelo presidente da empresa, Randall Stephenson. Ele se
reuniu, no fim de agosto, com o presidente Jair Bolsonaro e garantiu que
a compra neste ano somente ocorreria em troca do apoio do governo na
mudança da chamada Lei da TV Paga – ou Lei do SeAC.
Atualmente,
a legislação brasileira impede a chamada “propriedade cruzada”. Na
prática, um grupo de telecomunicações não poderia deter mais de 50% de
um grupo de mídia e mais de 30% de uma operadora de forma simultânea. Em
junho de 2018, a AT&T comprou a Time Warner e passou a ser dona dos
canais pertencentes à empresa adquirida. No entanto, a companhia também
tem a operadora de TV por assinatura SKY no Brasil.
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