Sem jogar desde as vitórias sobre Turquia (4 a 0 no dia 12/11/2014) e
Áustria (2 a 1 no dia 18/11/2014), a seleção brasileira vai dar nesta
quinta-feira (05) um passo fundamental para iniciar a temporada 2015. O
técnico Dunga anunciará às 10h (de Brasília), no Rio de Janeiro, a lista
de convocados para amistosos contra a França (26/03, no Stade de
France, em Saint-Denis) e o Chile (29/03, no Emirates Stadium, em
Londres). E isso pode interferir de forma definitiva em clássicos que
serão disputados no Rio de Janeiro e em São Paulo.
As próximas
partidas da seleção vão coincidir com atividades dos principais torneios
estaduais do país. No Paulistão, Palmeiras e São Paulo jogarão no dia
25 de março, no Allianz Parque, em duelo válido pela 12ª rodada. Vasco e
Botafogo têm clássico marcado para o dia 28 de março, na 13ª rodada do
Estadual do Rio de Janeiro.
Entre esses times, apenas o Botafogo
tem um jogador que tem sido frequentemente lembrado por Dunga (o
goleiro Jefferson). Contudo, como a lista desta quinta-feira pode mudar
muito, é possível que outras equipes sejam afetadas diretamente nos
clássicos.
Com exceção dos mineiros, que não têm rodada prevista
para o meio da semana, os principais times do Brasil perderão jogadores
em duas partidas se tiverem alguém na lista de Dunga. E pelo menos dois
motivos fazem com que seja difícil prever quais serão as equipes
afetadas pela convocação: a distância desde a última convocação e a
debandada do futebol nacional.
Quando montou a lista para os
jogos contra Turquia e Áustria, Dunga não chamou nenhum representante de
times brasileiros – o futebol nacional estava em fase final de
temporada, e o técnico decidiu preservar as equipes locais. Portanto, a
última convocação em que o técnico pôde escolher livremente foi a que
moldou o grupo que venceu Argentina (2 a 0 no dia 11/10/2014) e Japão (4
a 0 no dia 14/10/2014).
Naquela época, por exemplo, Kaká era
destaque do São Paulo. Hoje o meia está em fase final de pré-temporada
com o Orlando City, time que disputa a MLS (liga profissional dos
Estados Unidos). O meia é apenas um exemplo do quanto a realidade de
alguns jogadores mudou drasticamente no período em que Dunga não pôde
convocar seus preferidos.
São pelo menos cinco meses entre as
duas convocações "livres" de Dunga. E cinco meses, para um esporte em
que as coisas mudam tão rapidamente, certamente terão impacto na lista
desta quinta-feira.
Outro aspecto que afetou diretamente o
planejamento do treinador foi a debandada. Jogadores como Diego
Tardelli, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, que estiveram em listas
anteriores de Dunga, trocaram o Brasil por centros menos visados (os
dois primeiros foram para a China, e o último para os Emirados Árabes
Unidos).
Antes de aceitar uma proposta do Shandong Luneng
(China), Diego Tardelli consultou a CBF (Confederação Brasileira de
Futebol). O ex-jogador do Atlético-MG vinha sendo dono da camisa 9 no
time de Dunga e ouviu que a comissão técnica não deixaria de observá-lo
após a mudança. No entanto, é inegável que esse tipo de transferência
pode causar impacto na lista para enfrentar França e Chile.
A
segunda passagem de Dunga pelo comando da seleção brasileira começou
depois do quarto lugar da equipe nacional na Copa do Mundo de 2014.
Foram seis jogos até aqui, e o time canarinho conseguiu seis vitórias.
Apenas o zagueiro Miranda, o lateral esquerdo Filipe Luis, o volante
Luiz Gustavo, os armadores Oscar e Willian e o atacante Neymar
participaram de todas as partidas.