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10 de julho de 2013

Filho de Magrão quer manter tradição e seguir carreira do pai


Foto: Rômulo Alcoforado/ Blog do Torcedor
Rafael fita o entrevistador com ar especulativo, mas não se demora muito pensando. Exibe um sorriso tímido e meneia a cabeça positivamente: sim, confirma, seu sonho é ser goleiro de futebol. Ao lado dele, o pai demonstra sentimentos ambíguos. Lê-se no seu rosto orgulho e preocupação. Satisfação e temor.

O misto de sensações tem justificativa. O pai em questão é Alessandro Betti Rosa, o Magrão - dos maiores goleiros da história do Sport. E isso representa uma herança dupla para o filho que é arqueiro na categoria sub-13 do Leão: um DNA privilegiado, por um lado, e o peso de ser filho de um dos grandes ídolos do clube. Caso ele se torne, de fato, profissional, qual torcedor rubro-negro não associará o desempenho de Rafael ao do genitor famoso?

Magrão sabe e, por isso, evita depositar ainda mais pressão nos ombros do filho. Com razão, justifica que ainda é muito cedo para saber se Rafael será profissional do futebol ou não. "Pela idade dele, a gente não sabe se vai ser goleiro ainda. Quando comecei jogando, tinha vários jogadores que a gente achava 'esses vai ser profissional'. E quase todos não conseguiram crescer. Alguns até atuaram, mas sempre em times pequenos. É uma profissão muito incerta", diz o goleiro.

Magrão quer evitar o risco de que filho fique à sua sombra. Foto: Rômulo Alcoforado/ Blog do Torcedor
Ele usa estratégias para evitar sobrepesar a incipiente carreira do garoto . "A gente sabe que a vida de jogador já tem muita pressão, então procuro evitar isso. Eu sempre levo e pego ele nos jogos e treinos, mas evito ficar assistindo. Deixo ele bem livre para fazer o que quiser", afirma. É impossível, no entanto, isentar completamente o garoto da herança do pai. Claro. Isso fica claro nas brincadeiras entre os amigos. "O pessoal do time me chama de Magrinho, essas coisas", diz Rafael.
Aos 36 anos, Magrão está à vontade com o papel de pai. E fala sobre o futuro do filho, de 12 anos incompletos e 1,64m. "Eu costumo sempre aconselhar. A possibilidade de ser jogador é difícil. Como eu disse, ele é jovem. É claro que ele leva a sério. Está certo. Tem um sonho e tem mais é que correr atrás mesmo. Mas, paralelo a isso, tem de ter o estudo", assevera.

Magrão em ação com o Sport. Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
Rafael admite que, a esse respeito, o pai é rigoroso. Muito. "Quando acontece uma nota baixa, é complicado", revela. "A gente cobra mesmo. Mas ele é bom de estudo. No último semestre é que deu uma farrapada, mas, no geral, não dá trabalho", admite Magrão. E isso garante que, mesmo que o Leão não tenha um bom goleiro no futuro, o país deverá ter um grande cidadão.

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