A indignação, e principalmente insatisfação que tomou conta das ruas do país nas últimas semanas, também pode ser vista nos bastidores do futebol. Sem a verba referente às cotas de TV, os times que estão disputando a Série C se irritaram e dispararam contra a CBF, hoje dirigida por José Maria Marin(foto).

A principio, a entidade havia proposto R$ 500 mil para cada time, mas depois reduziu para R$ 400 mil. Até ai tudo bem, quando no final de semana a mesma emitiu comunicado dizendo que não disponibilizaria mais a verba devido aos altos custos que já tem com a competição – passagens e hospedagem dos clubes.
A mensagem não agradou aos participantes da Terceira Divisão, principalmente os mais tradicionais, como Guarani, Fortaleza e CRB. Todos estes reprovaram a atitude e ainda acusaram a entidade de favorecer os que integram as principais Divisões do Nacional. Os dirigentes de Santa Cruz e Luverdense não foram encontrados.
Para eles, a quantia ajudaria a pagar parte das contas, além de colaborar com outros investimentos. Um problema, que na verdade se tornou frequente para os times que jogam a Série C, já que não tem visibilidade e recebem pouco (as vezes nenhum) apoio dos Governos dos seus Estados. Um exemplo é o Rio Branco, antes o “queridinho” do Acre, mas que encontra-se desprezado.
O primeiro a se pronunciar quanto a decisão foi o presidente do Baraúnas, Eudes Fernandes. “Era 500 mil, depois baixou pra 400. Assinamos o documento, só que agora fica meio complicado de sustentar se eles disseram que não vão mais patrocinar“, disse.
Mas, e as Arenas?
O que muitos questionam é o apoio da CBF para com a construção de Arenas bilionárias para a Copa do Mundo de 2014. São obras superfaturadas e que comprometeram os cofres públicos de muitos Estados. Dinheiro este que poderia ter sido investido em áreas como saúde, educação e transporte. Por isso a revolta do povo brasileiro das ruas.
Confira a opinião dos dirigentes:
Alarcon Pacheco (gerente de futebol do CRB)
Entramos no campeonato já sabendo que seria difícil uma ajuda da CBF. Agora, com esta confirmação, para nós vem com naturalidade. Agente fica triste, mas bola pra frente. Temos que seguir trabalhando“, disse o dirigente.
Cristiano Dresch (vice-presidente do Cuiabá)
Nós haviamos solicitado essa ajuda na CBF, mas em nenhum momento ela se comprometeu. É ruim, mas nós já não estávamos esperando. Agente não vai fazer campanha contra a CBF“.
Jurandir Júnior (supervisor do Fortaleza)
A CBF não vê com bons olhos da Série C. Isso é desde quando ela decidiu por colocar mais um time na disputa (no caso, o Rio Branco). Queria ver se tivesse um grande time no campeonato, como Palmeiras ou Fluminense. Com certeza a sua posição seria diferente“.
Qual a diferença do Marín para o outro (Ricardo Teixeira)? Ninguém nunca ajudou os times da Terceira Divisão. É uma pena“, finalizou.
Álvaro Negrão (presidente do Guarani)
Estou de férias na Itália, mas acompanhando tudo o que acontece com o Guarani. Nós reprovamos a decisão da CBF, já que este dinheiro nos ajudaria financeiramente. É evidente a diferença da entidade para dos grandes com os pequenos“, disse o presidente.
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