Ao falar sobre a conquista, Ana Paula não esqueceu de Mirela. "Me sinto muito feliz pelo prêmio, claro. É uma iniciativa bacana da secretaria. Mas para mim o mais importante foi o retorno quase que imediato da matéria. No dia seguinte à publicação, uma empresária de Santa Cruz de Cabibaribe entrou em contato por email querendo ajudar a atleta de alguma forma. Espero que Mirela possa ter uma rotina mais leve, sem tanto sacrifício. Assim terá muito mais chances de evoluir", afirmou.
Nas linhas da reportagem, a desgastante rotina diária de uma atleta que se acorda às 6h30 para tirar o sustento entregando panfletos nos semáforos. "A correria nos principais sinais de trânsito da zona sul rende mensalmente R$ 600. Com essa quantia, paga aluguel, a conta do celular, faz feira para sua casa e a da mãe e ainda compra roupas. A feira de no máximo R$ 80 fica longe de suprir a necessidade diária de atleta. Carne inexiste. Quando aparece no cardápio é só aos domingos", diz um trecho.
A diretora de redação do Diario de Pernambuco, Vera Ogando, elogiou o trabalho coletivo do Superesportes. "O prêmio é uma merecida conquista de uma grande equipe que está à frente do seu tempo. E que tem sensibilidade para enxergar nas múltiplas plataformas histórias como a de Mirela, descoberta por Ana Paula Santos." Editora do Superesportes, Roberta Aureliano seguiu na mesma linha. "A reportagem é fruto da sensibilidade da repórter e de uma equipe que vai além do cotidiano. Ana Paula tem o talento inegável de contar histórias como essa. Mergulhou de cabeça para mostrar mais um exemplo de dificuldade no nosso país. Por essas e outras, o Brasil não pode ser tratado como um país olímpico."
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