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27 de novembro de 2019

TURBULÊNCIA TRICOLOR

Por:
CLAUDEMIR GOMES
Foto do perfil de Claudemir Gomes, A imagem pode conter: Claudemir Gomes, sorrindo
As Repúblicas Independentes do Arruda vivem dias de turbulência!
Eis a razão pela qual a próxima reunião do Conselho Deliberativo do Santa Cruz, que deve acontecer na primeira semana do mês de dezembro, está sendo aguardada com muita expectativa. Na pauta estarão as sugestões para mudanças no estatuto do clube que passa por uma das crises políticas mais delicadas de sua centenária história.
A reboque vem a crise financeira que também é assustadora.
O Santa Cruz é um clube de futebol. Isto é fato. E está gravado no seu próprio nome: SANTA CRUZ FUTEBOL CLUBE. Numa rápida olhada nos números, e não precisa ser nenhum matemático ou economista para chegar a tal conclusão, observamos que o atual cenário não foi desenhado de um dia para o outro. A queda do Tricolor do Arruda se processo há mais de uma década.
Nos últimos 15 anos (2006 a 2020) o Santa Cruz participou de apenas duas edições da Série A do Campeonato Brasileiro. No histórico estão 3 anos na Série D; 6 temporadas na Série C e 4 edições na Série B.
Num mergulho na história, observamos que, no período de 1969 a 1979, o Tricolor do Arruda conquistou 8 títulos em 11 Campeonatos Pernambucanos disputados. Por outro lado, nas décadas de 80 e 90 contabilizou apenas 6 títulos estaduais. No novo século, ou seja, de 2000 a 2019, foram 6 títulos estaduais; um da Copa do Nordeste e um nacional (Brasileiro Série C em 2013).
A nacionalização do futebol brasileiro transformou as competições estaduais em subprodutos. O potencial dos clubes de atrair investidores é mensurado através de suas participações no Campeonato Brasileiro e em competições internacionais. Na nova ordem, títulos estaduais servem apenas para massagear o ego dos torcedores, e enriquecer a sala de troféus.
Semana passada, numa das resenhas da Rádio Clube, ouvi uma declaração de um dos atuais gestores do Clube do Arruda, na qual ele se posicionava como um verdadeiro chefe de milícia. Ressaltou, com bastante clareza, que seus comandados eram autênticos Pit Bulls, se ele mandasse matar, eles matariam. Confesso que fiquei estarrecido. E indaguei aos meus botões:
Será que este cidadão pensa que administra o Coliseu da Roma Antiga?
De uma coisa temos certeza: não são os Estatutos que abrem espaço para pessoas com tal pensamento fazerem parte da administração do clube. A agremiação não pode ser tratada como um objeto pessoal.
Pelos poucos dados expostos acima, observa-se que o Santa Cruz há 30 anos desce uma ladeira. O caos em que se encontra não foi construído em 30 dias. Portanto, a redenção e reconstrução do clube exige uma mudança de pensamento e atitude.
Ninguém pode mais administrar um clube só para chamá-lo de MEU.

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