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19 de janeiro de 2015

Bala decide para o América/PE contra Ypiranga de Rosembrick

RÔMULO ALCOFORADO/FOLHAPE

Fosse há 10 anos, um jogo entre Carlinhos Bala e Rosembrick teria a capacidade de envolver toda a cidade. Era o auge dos dois talentosos jogadores. O melhor momento de suas carreiras. Mas a verdade é que, distante dos holofotes há muito tempo, Bala é um rei sem súditos. E Rose, um mago que não enfeitiça mais. A partida deste domingo, América/PE x Ypiranga, nos Aflitos, mostrou isso com clareza: nível técnico sofrível, importância do confronto muito próxima de zero, arquibancadas vazias. A vitória ficou com o time do baixinho. Um a zero. Gol de quem? Isso mesmo: do monarca Carlinhos Bala, que tirou onda com o parceiro: “É meu freguês”.
O resultado, porém, importa menos. Porque quando Rosembrick e Bala se reunem, a resenha é certa. Os homens não conservaram a forma, mas mantêm uma fração do prestígio dos bons tempos. Talvez seja o fascínio pelo charme decadente. Vai saber. Hordas de jornalistas acompanharam o jogo (Ok, nem tantos assim. Mas tinha uma boa dúzia de repórteres com cara-de-ontem para cobrir um duelo que, de outro modo, só contaria com dois ou três). As arquibancadas estavam abarrotadas. (É, também não. Menos de mil pessoas. Mas faziam barulho).
Antes do jogo, Rosembrick ressaltou a amizade. Carlinhos Bala só mencionou isso de passagem. Dentro de campo, frisou, não tem essa: “Ele defende a bolacha dele, eu defendo a minha”.
No começo, o meia do Ypiranga esteve melhor. Durante os quinze minutos iniciais, bateu uma falta perigosa, distribuiu passes e deu chapéu. Mas o fôlego não durou muito. Bala, rechonchudo toda vida, nada produziu. A torcida não o perdoou: “Parado em campo”, dizia um. “Só joga com o nome”, repetia outro. A única chance do autointitulado Rei de Pernambuco foi uma falta que parou no goleiro adversário.
Na volta do intervalo, contudo, Bala cresceu. Não se sabe se motivado pelas críticas ou por ter poupado o gás ao longo do primeiro tempo, ele até lembrou uma fagulha do atleta que foi. Decidiu a parada aos 28 minutos do segundo tempo. Bola na marca de cal, camisa 11 na cobrança. E perdeu. Mas no rebote não perdoou. A comemoração foi com a costumeira marra: “Eu sou f…”. Aplaudido pela torcida, beijou o escudo e decretou: “O Rei de Pernambuco voltou”.
SAIBA MAIS
Rosembrick e Carlinhos Bala já jogaram várias vezes juntos. No Santa Cruz e no Sport, por exemplo. Mas também não é a primeira vez que se encontram em lados opostos. O retrospecto é totalmente favorável ao camisa 11: com a partida de ontem, são cinco jogos. Bala ganhou três e empatou duas. Rose jamais venceu o parceiro.

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