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29 de dezembro de 2014

Corrupção poderá fazer Fifa ganhar menos dinheiro

AE - Os seguidos escândalos de corrupção e a falta de transparência na divulgação dos resultados das investigações começam a se refletir de maneira negativa nos cofres da Fifa. Nas últimas semanas a entidade perdeu dois de seus patrocinadores principais a Emirates e a Sony. É certo que serão substituídos, mas a dúvida do mercado é se os novos parceiros vão pagar à Fifa valores ao menos iguais aos que estão de saída.
As duas empresas alegam oficialmente reposicionamento estratégico para não renovar os contratos. Mas nos bastidores comenta-se que na realidade elas não querem ter a imagem atrelada a parceiro envolvido com corrupção.
Há décadas que, vira e mexe, a Fifa se vê ligada a casos nebulosos. No entanto, nos últimos anos, mais precisamente a partir do início do processo que culminou com a escolha da Rússia e do Catar para sede das Copas de 2018 e 2022, denúncias sobre compra de votos e oferecimento de vantagens aos cartolas que comandam a entidade se tornaram quase uma rotina.
Uma das consequências desse quadro é a fuga de parceiros, o que pode vir a afetar as contas bancárias da entidade. Entre 2011 e 2014, as receitas da Fifa atingiram US$ 4 bilhões (R$ 10,6 bilhões) – os números deste ano não estão totalmente fechados. Cerca de 40% foram obtidos com patrocínios, publicidade e venda de ingressos. Os outros 60% são provenientes da venda dos direitos de transmissão de tevê.
A projeção para 2014, ano da Copa no Brasil, era de um faturamento de US$ 430 milhões (R$ 1,1 bilhão) com patrocínios. Estão inclusos nos cálculos o dinheiro que entra dos contratos com os seis parceiros principais – fazem ações de marketing em todas as competições e atividades da Fifa; com os oito que são patrocinadores apenas das Copas do Mundo; e, no caso do Mundial de 2014, com outros seis que se aliaram à entidade apenas para a competição, denominados apoiadores nacionais.
Mas o grosso desse dinheiro (cerca de US$ 350 milhões em 2014, o equivalente a R$ 934,5 milhões) vem dos seis patrocinadores principais – além dois que não permanecerão há a Adidas (contrato mais longo, até 2030), Coca-Cola, Visa e Hyundai.
A Emirates, por exemplo, contribuía com US$ 30 milhões (R$ 80,1 milhões) por ano, e a Sony despejava US$ 35 milhões (R$ 93,4 milhões). Ambas se associaram à Fifa em 2006.
A entidade já negocia com os substitutos, que por sinal são do mesmo ramo de atuação dos ex-parceiros. Os alvos são a Qatar Airways e a Samsung, e as conversas estão em estágio avançado. O risco é o valor dos contratos serem menores dos que estão se encerrando.

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