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17 de outubro de 2012

Goleiro Albérico saiu do Sport e foi para o rival Náutico para conquistar o hexa


Gil Vicente/DP/D.A Press
Arqueiro passou 12 anos na Ilha do Retiro e viveu altos e baixos na passagem pelo clube

Aos 16 anos, Albérico já tinha decidido o rumo que daria à sua vida. Ele já atuava nas categorias de base do Santa Cruz e vestia luvas para construir a carreira de atleta como goleiro. No time coral, porém, estava sendo pouco aproveitado. Buscava um novo rumo. Foi quando surgiu a oportunidade de participar de uma edição dos Jogos Escolares, no Maranhão, e um dos preparadores físico do Sport - do qual ele não recorda o nome - cortou o seu caminho. Um convite para teste na Ilha do Retiro foi feito.

“Eu fechei o gol e eles ficaram maravilhados. Foi quando comecei minha trajetória no clube”, lembra. Entre altos e baixos, o ex-arqueiro conseguiu escrever capítulos importantes na história do time rubro-negro. De 1996 a 2000, foi pentacampeão no Sport. Em seguida, trocou a Ilha do Retiro pelos Aflitos e passou a ser um dos poucos jogadores que podem ser dar ao luxo de dizer que é hexacampeão estadual.

Multicampeão
Em 20 anos de vida no futebol, Albérico conquistou nada menos do que 13 títulos estaduais. Foram nove Campeonatos Pernambucanos (1991, 1992, 1994, 1996 a 2001), três Cearenses (2004, 2005 e 2006) e um Paraibano (2008). Além disso, agarrou a taça da Copa do Nordeste de 2000 pelo clube rubro-negro. O sinal de que colheria muitas glórias ao longo da carreira aconteceu logo no primeiro ano como profissional, em 1991.


Gil Vicente/DP/D.A Press
Albérico só virou titular do Sport após cinco anos de espera no time profissional
Altos e baixos
Apesar de ter um currículo vitorioso, Albérico viveu tempos de instabilidade na Ilha do Retiro. Até ter uma sequência de jogos no clube, ele teve que esperar cinco anos. “Em 1996, foi que eu passei a ter uma sequência como titular. Jéfferson era ídolo da torcida, teve um problema e acabou dispensado. Foi muito difícil para mim. Entrei logo sobre pressão, mas consegui superar”, diz.

No ano seguinte, porém, Albérico caiu em má fase e viu Bosco surgir no Sport com grande destaque. Com isso, o goleiro só voltou a jogar no Leão em 1998. “Eu costumo dizer que minha passagem no Sport foi de altos e baixos. Jogava e depois acabava saindo. Mas acabou sendo muito proveitoso o tempo que passei”, afirma.

Times mais fortes
Ao longos dos 12 anos que passou na Ilha do Retiro, Albérico participou de times que entraram para a história do clube. Entre os mais fortes, para ele, estão os grupos de 1996 e 2000. O primeiro conquistou o Estadual e ainda teve destaque no Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão. A equipe acabou na décima posição, com 35 pontos somados. Ficou a apenas um ponto da Portuguesa, que fechou a lista de times participantes da fase de mata-mata da competição. Naquele ano, o Sport fez algumas partidas mágicas e chegou a golear o Fluminense por 6 a 0, em casa.

Já a equipe de 2000 assegurou o pentacampeonato estadual do Leão da Ilha. Também chegou na final da extinta Copa dos Campeões, levantou a taça da Copa do Nordeste e foi longe na Copa João Havelange. “O time de 1996 era muito bom e acabou sendo marcante porque foi um título estadual que conquistei como titular. O de 2000 também era muito forte”, diz, evitando comparações.

Decepção com Celso Roth
O último ano Albérico pelo Sport começou com título e terminou com decepção. Até hoje, o arqueiro parece não entender os motivos que levaram o treinador Celso Roth a sacá-lo da equipe. “Comecei o Pernambucano jogando até que Celso Roth chegou. Primeiro, ele foi apresentado pela diretoria, que saiu do vestiário. Ele começou falando que fez uma proposta para não ser aceita e a diretoria acabou aceitando”, declara. “Acabaram contratando um goleiro Marcelo, que tinha jogado no Santa Cruz, mas eu estava muito bem e fiquei. Depois, acabei saindo. Na época, eu dei uma entrevista afirmando que ele tinha sido precipitado. Disse isso para não falar outra coisa”, acrescenta.


Edvaldo Rodrigues/DP/D.A Press
Goleiro foi reserva no Timbu, mas ajudou a tirar o hexa do Leão em 2001
Hexacampeão
Em baixa no Sport, Albérico juntou forças e rumou para o rival Náutico. Ele fez parte da leva de atletas que acabou saindo da Ilha do Retiro após a campanha do “time em que se ganha não se mexe”. O slogan se referia à candidatura do presidente Luciano Bivar, que, após vencer o pleito, acabou desfigurando o time vencedor de 2000. “Eles disseram que não queriam contar comigo, mas só liberavam o passe se perdoasse a dívida que o clube tinha. Foi quando eu entrei na Justiça com Sangaletti e acabamos conseguindo a liberação”, declara.

O goleiro acabou no rival Náutico junto com o próprio Sangaletti e o meia Wallace. Nos Aflitos, o trio ajudu o Timbu a ser campeão estadual no centenário e ainda tirou a chance da equipe rubro-negra conquistar o desejado sexto título consecutivo. Albérico, por outro lado, alcançou o hexacampeonato particular longe da maneira como desejava. “Quando cheguei no Náutico, achei que iria jogar. Gilberto, que era titular, não estava tão bem. Mas, com a minha sombra, ele acabou voltando a jogar bem e não tive uma continuidade.”

Luvas penduradas
Depois de sair do Náutico, Albérico passou por cinco clubes: Matonense, CRB, River Plate (Sergipe), Coruripe e Campinense. Foi justamente no time de Campina Grande que o goleiro resolveu encerrar a carreira, em 2008. Após ajudar o time a iniciar bem o campeonato local, o goleiro sentiu uma lesão muscular na coxa e acabou resolvendo se aposentar como iniciou a carreira. O Campinense acabou como campeão paraibano e Albérico saiu de cena.

Retorno ao futebol
No ano passado, o ex-atleta resolveu virar estudante para voltar ao esporte que lhe deu vida. Albérico fez um curso de técnico e espera retomar a vida dentro das quatro linhas. “Tenho desejo de voltar como treinador. Não sei se esse é o projeto de Deus para mim, mas não gostaria de sair do futebol”, declara o ex-goleiro, que virou evangélico e reside em Olinda.

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