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23 de outubro de 2019

Mulheres chegam junto dos homens na torcida

Pesquisas como a do Ibope (2014) ou a da Pluri (2012), comprovam que as mulheres ou são a maioria, ou estão quase empatadas com os homens no número total dos torcedores pernambucanos. 


Você sabia que o termo “torcedor” surgiu a partir da presença feminina nos campos e estádios de futebol? Pois bem, tudo aconteceu no início do Século 20, quando as mulheres frequentavam esses ambientes trajando luvas, vestidos e chapéus. Há quem defenda que o termo tenha sido criado por Coelho Neto, cronista e compositor do hino do Fluminense, na tentativa de nomear um coletivo de “fãs” por meio de uma alegoria que relacionasse sofrimento a uma palavra da língua brasileira que traduzisse o sentimento. Dizia-se que, algumas dessas precursoras, quando nervosas pelo decorrer da disputa e em função do calor, tiravam as luvas e começavam a torcê-las. A partir de então, passou-se a utilizar o termo para todas as pessoas que iam para o campo “torcer” por seus clubes. O fato é que a presença das mulheres na arquibancada teve papel decisivo no surgimento do que hoje conhecemos por torcida. 


Na torcida não é diferente, pesquisas como a do Ibope (2014) ou a da Pluri (2012), comprovam que as mulheres ou são a maioria, ou estão quase empatadas com os homens no número total dos torcedores pernambucanos. Mesmo antes dessa “primavera feminista” no futebol, o Decreto-Lei não chegou a diminuir a paixão feminina pelo esporte bretão. Teresa Ribeiro, consultora da TGI, ainda na infância foi incentivada a gostar do esporte e a praticar a disputa nas quatro linhas. “Meu pai fundou um time de futebol na cidade onde morávamos, no interior da Paraíba, chamado Flamengo em homenagem ao amor que ele sentia pelo time de Zico”, relembra. “Nessa época, ele estimulou a criação de uma ala feminina, que funcionava para entrar com os jogadores no campo e também com o time de futebol mirim”, continuou. “Eu era a ponta-esquerda desse time e tínhamos as partidas organizadas, os uniformes e, durante muito tempo, isso foi presente na minha vida como uma paixão mesmo, até hoje acompanho o esporte”, recorda a artilheira.

O assunto tem sido objeto de estudo da publicitária, professora e pesquisadora Soraya Barreto Januário, autora do livro Mulheres no campo – O ethos da torcedora pernambucana. Em sua pesquisa, ela aponta que a retomada da relevância feminina atrás dos alambrados está relacionada à ascensão do feminismo. “Acredito que há uma relação direta entre as conquistas do movimento feminista e o aumento de mulheres participando do futebol, não só como torcedoras, mas como atletas, gestoras, técnicas, árbitras”.
Por Algomais

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