Ao ver os seus jogadores se recusarem a entrar em campo para enfrentar o Cuiabá, na noite de terça-feira, na Arena Pantanal, alegando seguidos atrasos salariais, o Figueirense protagonizou o primeiro caso de derrota por W.O. na história da Série B do Campeonato Brasileiro. Esse tipo de situação, entretanto, está longe de ser uma exceção no futebol nacional.
No caso mais recente antes deste último em uma das
divisões do País, o Mogi Mirim perdeu desta mesma forma para o Ypiranga
pela Série C de 2017. Também alegando salários atrasados, os jogadores
do time não foram ao gramado para enfrentar o clube gaúcho em casa, no
estádio Vail Chaves. Naquela temporada, a equipe do interior paulista
acabou sendo rebaixada para a Série D.
Dois anos antes deste caso ocorrido na elite nacional, o
Grêmio Barueri foi decretado perdedor por W.O. de uma partida contra o
Operário-MT, válida pela quinta rodada da fase de grupos da Série D do
Brasileiro de 2014, após um protesto dos seus jogadores por causa de
atrasos nos pagamentos dos seus vencimentos.
Naquela ocasião, eles reivindicavam a quitação de quatro
meses de direitos de imagem e dois meses de salários na carteira
profissional (CLT). O confronto ocorreria na Arena Barueri. E, após os
atletas da equipe paulista resolverem não entrar em campo, o Superior
Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) condenou o clube a pagar uma multa
de R$ 2,5 mil.
CASOS EM ESTADUAIS
Se no âmbito nacional os casos de W.O. não são raros, em
campeonatos estaduais os mesmos já ocorreram em diversas ocasiões. Um
deles, curioso pelo seu motivo, aconteceu há 20 anos. O Bahia foi
declarado campeão baiano de 1999 depois de o time do Vitória não
aparecer na Fonte Nova para enfrentar o rival no duelo final da
competição.
O clube rubro-negro alegou que não havia sido notificado
sobre a troca do local do confronto, inicialmente programado para o
Barradão, e acabou descumprindo uma liminar concedida por um juiz, que
determinou que o clássico fosse transferido do estádio do Vitória para a
Fonte Nova.
Em uma situação incomum, os jogadores do rubro-negro
foram até o Barradão para disputar a decisão, enquanto a equipe do Bahia
entrou em campo no principal estádio de Salvador, sendo que as torcidas
de cada clube tomaram os mesmos destinos dos atletas de seus
respectivos clubes. Como a decisão judicial prevalecia, o time tricolor
faturou o título com uma vitória por W.O..
Em outro caso, mas este bem recente, ocorrido no início
deste mês, o Batatais recebeu uma suspensão de 30 dias do Tribunal de
Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP) por suspeita de manipulação de
resultados em confrontos da equipe pela Série A3 do Campeonato Paulista.
Com isso, o time foi derrotado por W.O. nos seus jogos que teria para
disputar pela Copa Paulista após a decisão judicial.
Em janeiro deste ano, o Rio Claro também foi decretado
perdedor por W.O., e pelo placar de 3 a 0, do jogo que faria contra o
Juventus pela Série A2. A punição ocorreu porque o clube não solicitou
dentro do prazo exigido à Federação Paulista de Futebol a alteração do
local do confronto com o Juventus depois que o estádio Augusto Schmidt,
em Rio Claro, foi interditado.
O Blumenau, por sua vez, foi excluído neste ano da
segunda divisão do Campeonato Catarinense pela federação local após
seguidas anulações de jogos da equipe na competição por ausência de
laudos de segurança no estádio Ervin Blaese, em Indaial, onde o time
mandava as suas partidas. A decisão da entidade ocorreu em julho
passado.
No ano passado, o Arapongas perdeu por W.O. para o
Grecal pela terceira divisão do Campeonato Paranaense depois de os
jogadores e também a comissão técnica do clube se recusarem a entrar em
campo no estádio dos Pássaros, onde a equipe atuaria como mandante.
Nesta ocasião, os jogadores cobravam dois meses de salários atrasados.
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