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1 de setembro de 2011

Prefeitura Futebol Clube

Prefeitura municipal

Confusa, a segunda divisão do Pernambucano* deste ano já está em sua reta final.
Os dois classificados da Série A2 podem sair, inclusive, neste fim de semana.
Em casa, o Belo Jardim joga por um simples empate com o Timbaúba, na chave 1, para assegurar a sua volta após a queda como lanterna em 2007.
No grupo 2, o Serra Talhada vai até o estádio Gileno de Carli, no Cabo de Santo Agostinho, em busca de uma vitória que daria um acesso histórico.
Informações sobre a elite do Pernambucano de 2012 à parte, o post também chama a atenção para um fenômeno clubístico que vem se espalhando pelo estado.
Cada vez mais, os times estão do interior estão ligados às respectivas prefeituras.
Além do Belo Jardim e do recém-criado Serra Talhada, também estão no segundo escalão local Timbaúba, Chã Grande e Olinda.
Na primeira divisão, é bom lembrar, conta com Salgueiro, Araripina e Petrolina.
Dos oito clubes citados, sete foram profissionalizados na última década, com exceção do Petrolina, fundado em 1998, no início dessa onda.
Várias dessas cidades já contavam com representantes tradicionais, como Serrano e Ferroviário, em Serra Talhada, Estudantes, em Timbaúba, e 1º de Maio, em Petrolina.
Aos poucos, os antigos clubes foram perdendo apoio, sendo escanteados.
Entre os inúmeros motivos para o enxugamento dos times tradicionais paralelamente ao surgimento dos “braços” municipais está, obviamente, a receita.
Os municípios ganham em visibilidade, com o nome aparecendo durante todo o Estadual. No mapa do futebol, ganham cobertura da TV com a transmissão dos jogos ao vivo. Espaço para propaganda política, claro.
Em contrapartida, as prefeituras fornecem estrutura – como o custo quase irrisório dos estádios – e patrocínio, ou, no mínimo, facilitam a busca de investidores.
Não é incomum o presidente de um clube responder diretamente ao prefeito. Em alguns casos, como em Olinda, o prefeito (Renildo Calheiros, no caso) também é o presidente.
Outros políticos preferem utilizar o lampejo de experiência futebolística já existente. Basta ver a parceria de Chã Grande com a formação do Decisão, filiado da FPF.
Naturalmente, este tipo de ligação é bem mais difícil diante de times com mais história e torcida, como o Central de Caruaru, por exemplo.
Ainda que receba uma ajuda da Capital do Forró, a Patativa jamais cogitou a possibilidade de mudar o nome para “Caruaru FC”. Sequer as cores da camisa alvinegra.
Vale destacar ainda os clubes que flertam com o lado parasita, indo de prefeitura para prefeitura, como ocorre em São Paulo, tendo Barueri e Americana como exemplos. Aqui, o Porto já jogou em Caruaru, Brejo da Madre de Deus e Belo Jardim. Pagou, levou?
* O torneio deste ano apenas nove clubes, sendo que oito deles se classificaram para a fase final. O único eliminado, o Centro Limoeirense, perdeu todos os jogos por WO. Além disso, o Belo Jardim ainda foi julgado pelo TJD, com 15 pontos de punição.

 
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