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3 de julho de 2011

Brasil x Venezuela - Hora de Mano provar que não é apenas mais um "Dunga"!


Campinas, SP, 02 (AFI) – Foram exatos 11 dias de treinos intensos até que se chegasse ao grande dia. O técnico Mano Menezes, enfim, começa a ser efetivamente testado a partir deste domingo, às 16 horas (horário de Brasília), quando estréia na Copa América contra a Venezuela, no Estádio Ciudad de La Plata, em La Plata. Sem muito tempo para a preparação, o treinador aposta no talento da renovada Seleção Brasileira para buscar o nono título de sua história, o quinto somente nas últimas seis edições. As duas seleções estão no Grupo B, que ainda conta com Paraguai e Equador.
Em sua primeira competição oficial à frente do “escrete” canarinho, Mano terá a grande oportunidade de provar que o futebol brasileiro pode sim ser eficiente, jogando um futebol bonito. Filosofia totalmente diferente da apregoada na “Era Dunga”, que preferia encher seu time de jogadores não tão talentosos, mas que, na visão dele, eram competitivos e “dignos” de fazer parte de sua “família”. Desta vez, o novo treinador brasileiro aposta em jovens talentos, como os zagueiros Thiago Silva e David Luiz, nos volantes Lucas Leiva, Sandro e Ramires, nos meias Ganso e Lucas e, claro, nos atacante Neymar e Alexandre Pato. Juntamente com eles, foram mantidos alguns remanescentes da “Era Dunga”, como os laterais Maicon, Daniel Alves e André Santos, os zagueiros Lúcio e Luisão, o meia Elano e o atacante Robinho.
Seu grande desafio, no entanto, será dar “liga” a este bom time, que teve muitas mudanças e pouco tempo de treinamento – a maioria das outras seleções já treinam há mais de um mês. O desentrosamento, aliás, pode ser o grande calcanhar de Aquiles de Mano Menezes, que, pelo menos, por enquanto, não vem demonstrando um grande aproveitamento contra as seleções tradicionais.
O treinador assumiu o Brasil em julho do ano passado, após a eliminação nas quartas-de-final na Copa do Mundo da África do Sul. Até agora, foram oito amistosos sob sua batuta, com cinco vitórias (Estados Unidos, Irã, Ucrânia, Escócia e Romênia), um empate (Holanda) e duas derrotas (Argentina e França).

Retrospecto joga a favorSe o tempo de treino foi escasso, a Seleção Brasileira conta com outro fator a seu favor neste duelo contra a Venezuela: o retrospecto. Até hoje, as duas seleções já se enfrentaram em 20 oportunidades, sendo que o Brasil venceu nada menos que 18 vezes, com um empate e uma derrota; foram 82 gols a favor e apenas dez contra.
As duas únicas oportunidade em que não venceu, curiosamente, foram na “Era Dunga”. Em 7 de junho de 2008, o Brasil perdeu pela primeira vez para a “Vinotinto”, por 2 a 0, em amistoso preparatório para a Copa do Mundo da África do Sul, no Gillette Stadium, em Boston, nos Estados Unidos. Os gols foram marcados por Vargas e Maldonado, que deve estar no banco neste domingo.
Por outro lado, o único empate entre ambos aconteceu pouco mais de um ano depois. Na última rodada das Eliminatórias para a Copa, a Seleção, já classificada, ficou em um fraco empate sem gols contra os venezuelanos, em partida disputada no Estádio Morenão, em Campo Grande. Este foi justamente no último confronto entre as duas seleções.
HistóricoO Brasil já faturou o título da Copa América oito vezes, mas ainda está longe de Argentina e Uruguai, com 14 conquistas cada. Todavia, nas últimas cinco edições, o “escrete” canarinho ergueu a taça em quatro oportunidades (1997, 1999, 2004 e 2007). A exceção foi em 2001, quando fez péssima campanha e foi eliminado nas quartas-de-final por Honduras. Curiosamente, o país seria campeão do mundo no ano seguinte.
Ao todo, a Seleção já disputou a Copa América em 32 oportunidades. O primeiro título foi em 1919, na terceira edição do torneio. As três conquistas seguintes, nos anos de 1922, 1949 e 1989, também foram todas em solo brasileiro. O primeiro título fora do país foi somente em 1997, quando ergueu o caneco na Bolívia, batendo o país anfitrião na final por 3 a 1, na altitude de La Paz.
Em suas 14 participações anteriores, a Venezuela só passou da primeira fase na última edição, realizada em seus domínios. No entanto, morreu nas quartas-de-final, ao ser goleada pelo Uruguai, por 4 a 1. Sua melhor participação foi um quinto lugar, em 1967, quando apenas seis países disputaram o torneio.
Os números totais da “Vinotinto” são vexatórios. São apenas 15 pontos conquistados, em 49 partidas disputadas, com duas vitórias, nove empates e 38 derrotas, 34 gols marcados e 155 sofridos. Suas únicas duas vitórias foram um 3 a 0 sobre a Bolívia, em 1967, e 2 a 0 sobre o Peru, em 2007.

Novo “Bracelona”?Quem assistiu aos últimos treinos da Seleção Brasileira, em Campana, onde está concentrada, pôde perceber uma mudança de postura. Mano Menezes tem insistido que o trio de atacantes, formado por Pato, Robinho e Neymar, pressione a saída de bola do time reserva. Isso dá a dica de que o Brasil deve “copiar” o estilo Barcelona de diminuir os espaços e marcar no campo adversário.
Algo, que na visão do técnico é raro na Seleção. "Historicamente, o Brasil recua quando o adversário tem a posse da bola, para retomá-la em seu campo de defesa. Isso é o que tentamos mudar. Hoje, não se pode deixar o rival dominar a bola e pensar, nem por trinta segundos", disse o treinador.
Outra característica que deve diferenciar a “Seleção de Mano” para a “Seleção de Dunga” é a valorização da posse de bola. Tal qual o Barcelona, o Brasil deve, sobretudo contra seleções como a Venezuela, abusar do toque de bola, até encontrar espaços para finalizar. Na época de Dunga, a tônica era compactar-se na defesa e sair em velocidade ao ataque.
Muitas dessas mudanças se deve à própria “matéria-prima” que Mano tem em mãos. Enquanto Dunga apostava em um time de “força” do meio para frente, com Gilberto Silva, Felipe Melo, Elano/Daniel Alves, um Kaká lesionado, Robinho e Luís Fabiano; Mano Menezes aposta em um time mais habilidoso, com Lucas Leiva, Ramires, Ganso, Neymar, Robinho e Pato.
"Tivemos poucas oportunidades de usar essa formação durante esse quase um ano (na Seleção). Só usamos uma vez diante dos Estados Unidos (amistoso em agosto, vencido por 2 a 0). Ainda nos falta alguma coisa para que possamos ser tão equilibrados quanto outras equipes. Tenho repetido a mesma formação em todos os treinos para que a gente possa ganhar essa condição", afirmou Mano.
E a Venezuela?Entrar na Copa América apenas para evitar goleadas históricas já não é mais suficiente para a Venezuela. A seleção “vinotinto”, como é carinhosamente conhecida no país, espera demonstrar seu progresso no torneio e surpreender seus três duros adversários do Grupo B: Brasil, Paraguai e Equador.
Para isso, o técnico César Farías espera mesclar a experiência de jogadores veteranos, como zagueiro José Manuel Rey, 36 anos, do meia Juan Arango, 31, e do atacante Giancarlo Maldonado, 29, com alguns jovens. São os casos do volante Tomás Rincón, 23 anos, do meia Yohandry Orozco, 20, e de sua principal promessa, o atacante Salomón Rondón, 21.

“Nossas aspirações são fazer um grande papel na Copa América, já pensando no início das eliminatórias para a Copa do Mundo Brasil 2014”, afirmou o presidente da Federação Venezuelana de Futebol, Rafael Esquivel.
Para surpreender, o técnico César Farias mantém mistério em cima de seu time e até tem blindado a seleção venezuelana dos jornalistas. Tal fato o fez ganhar a antipatia não só da torcida, como da imprensa local também. Diante disso, as comparações com Dunga já começam surgir.

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