O regulamento das semifinais do Pernambucano tem um critério de desempate incomum: a quantia de cartões vermelhos e amarelos define o classificado para a final caso as partidas terminem com o mesmo resultado.

Devido a essa peculiaridade, no Clássico das Emoções entre Santa Cruz e Náutico, as atenções se voltaram para o árbitro Gleydson Leite.
- Gleydson Leite foi muito bem, mas economizou bastante nos cartões. Teve lances dos dois times que normalmente é dado o amarelo e o árbitro marcou apenas a falta. Tenho certeza que ele foi influenciado pelo regulamento. Segurou demais – afirmou o volante do Santa Cruz, Anderson Pedra.
A complacência de Gleydson Leite pode ser percebida em números. A média de cartões dos três clássicos realizados na segunda fase do Pernambucano é de sete amarelos. No embate da semifinal entre tricolores e alvirrubros, Leite deu cartões amarelos apenas para Douglas Santos (Náutico) e Jefferson Maranhão (Santa Cruz).
- Não demos recomendações sobre segurar os cartões. O nosso único conselho foi para que Gleydson fizesse uma arbitragem preventiva, do tipo de que conversa e evita maiores problemas antes de começar as rixas entre os jogadores. O dar ou não dar cartão é critério técnico do juiz – explicou o presidente da comissão de arbitragem da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Erich Bandeira.
O técnico do Santa Cruz, Marcelo Martelotte, gostou da atuação de Gleydson Leite, mas lamentou a responsabilidade criada em cima do árbitro.
- Talvez a FPF quisesse premiar a equipe mais disciplinada, mas jogou uma grande responsabilidade para o árbitro, que agora pode decidir o classificado. Não pensaram nisso. Ainda bem que Gleydson foi bem, apesar de ter segurado um pouco na aplicação dos cartões.
Já o técnico do Náutico, Silas, preferiu isentar o peso do regulamento no árbitro e comentou o lance da lesão de Martinez.
- Dei os parabéns para o juiz no final da partida, porque ele foi muito bem. No lance de Martinez, ele não deu cartão, mas porque não viu apesar do jogador ter ficado arrebentado. Mesmo assim espero que Gleydson Leite apite o segundo jogo porque demonstrou capacidade de comandar a partida.
GloboEsporte/pe