Lucas não fazia gols há dez jogos, contando Campeonato Brasileiro e Copa
Sul-Americana. Eram dois meses de jejum, desde a vitória por 4 a 0
sobre o Botafogo, no dia 30 de agosto. Suas últimas atuações haviam sido
abaixo da média. Alguns já apontavam o cansaço do jovem, escalado à
exaustão no São Paulo e convocado sempre por Mano Menezes para a seleção
brasileira. Erro grave duvidar de um jogador como ele.
E também causou a tristeza de 31.599 torcedores fanáticos pelo Sport. Esperançosos após dois triunfos consecutivos, eles lotaram a Ilha do Retiro e até se animaram com o gol de Gilberto, logo no início, e com as chegadas rápidas pelas laterais. Mas a precisão de Lucas, a falha incrível de Saulo, que soltou a bola nos pés do atacante são-paulino, e erros imperdoáveis do time ainda no primeiro tempo fizeram a esperança virar desespero. A apatia no segundo tempo não era de quem precisava vencer a qualquer custo.
Saulo entrou em campo ovacionado pela torcida do Leão, ainda emocionada com as lágrimas derramadas pelo goleiro após defender pênalti contra o Atlético-GO, na rodada anterior. Lágrimas de alegria que virariam de dor e vergonha na semana seguinte.
O goleiro deve ter se animado com seu início, ao espalmar chute forte de Rafael Toloi, e outro bem colocado por Douglas. E também com o início do Sport. Nos cumprimentos, Rogério Ceni havia dito a Cicinho, companheiro de tantos títulos em 2005, que era um prazer revê-lo. Prazer que virou incômodo nas bolas paradas do lateral-direito, agora no Leão. Ele bateu escanteio na cabeça de Gilberto, que abriu o placar. Logo em seguida, a parceria se repetiu em cobrança de falta, mas Ceni conseguiu espalmar com o pé.
Atrás no placar, o Tricolor melhorou. Maicon foi centralizado e Douglas passou a ser o "novo Osvaldo", aberto pela esquerda. O time se acertou e a maré de Saulo começou a mudar quando Lucas acertou um chute improvável, de longe. Um golaço! Só não tão improvável quanto seu segundo gol. No cruzamento de Luis Fabiano, a bola parecia dominada nas mãos do goleiro, mas escapou. E caiu nos pés de Lucas. Festa da minoria na Ilha. Desespero da maioria, principalmente de Saulo, que voltou a fazer cara de choro ao se desculpar com as arquibancadas.
Como se não bastasse, até quem estava a favor resolveu jogar contra. Após boa tabela de Cortez e Luis Fabiano, muito participativo, Rivaldo tentou cortar e encobriu o próprio goleiro, marcando contra o terceiro gol são-paulino. O nervosismo do Sport era nítido. O São Paulo parou de dar espaços e os anfitriões não chegaram mais pelas laterais, onde Cicinho e Renê deram muito trabalho nos minutos iniciais.
Hat-trick e tranquilidade
Rivaldo, que era vaiado a cada toque na bola depois do gol contra, nem voltou. Entrou Marquinhos Gabriel. Mas não mudou a apatia do Sport, que já entrou em campo derrotado no segundo tempo. Para quem precisava fazer dois gols para empatar e amenizar a desesperadora situação da tabela, a equipe não teve o menor poder de reação. Hugo, pela esquerda, esbravejou com os parceiros. Não adiantou nada.
Maicon, que dava a cadência ao meio-campo do São Paulo, teve de sair, lesionado. Ney Franco optou por Ademilson, demonstração clara de que apostava no contra-ataque para ampliar a vantagem. Aposta certeira!
Não com Ademilson, mas com a dupla de craques que pode levar a equipe à Libertadores do ano que vem. Lucas, pelo meio após a mudança, tabelou com Luis Fabiano e deslocou Saulo. Mais um do camisa 7 e tranquilidade para os visitantes.
O jogo, muito aberto desde o início, finalmente ganhou ritmo mais lento. Satisfeito com a vitória, o São Paulo tentou administrar e ainda teve uma ótima chance com Luis Fabiano. Ele poderia ter tocado para Rhodolfo, mas imagine como se sente um artilheiro nato quando seu time faz quatro gols e nenhum é dele. O Fabuloso tentou o cantinho, errou, e ouviu seu nome gritado pelos tricolores, como de costume.
No Sport, Hugo seguiu ditando o ritmo. Primeiro, recebeu na entrada da área, bateu com força e obrigou Rogério a fazer uma defesa impressionante. Depois, em cobrança de pênalti sofrido por Gilberto, marcou um merecido gol. Nem comemorou. Ou por já ter sido campeão pelo São Paulo, em 2007 e 2008, ou porque o time da casa não tinha muito a comemorar.
E também causou a tristeza de 31.599 torcedores fanáticos pelo Sport. Esperançosos após dois triunfos consecutivos, eles lotaram a Ilha do Retiro e até se animaram com o gol de Gilberto, logo no início, e com as chegadas rápidas pelas laterais. Mas a precisão de Lucas, a falha incrível de Saulo, que soltou a bola nos pés do atacante são-paulino, e erros imperdoáveis do time ainda no primeiro tempo fizeram a esperança virar desespero. A apatia no segundo tempo não era de quem precisava vencer a qualquer custo.
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O Sport só volta aos gramados no outro domingo, em São Januário, contra
o Vasco. Mais um confronto difícil na luta para ficar na Série A,
apesar da queda livre dos cariocas. O Leão é o 17º colocado, quatro
pontos atrás do Bahia, primeiro fora da zona de rebaixamento. Já o São
Paulo não terá uma semana de folga. Na quarta-feira, a equipe entrará em
campo pela Copa Sul-Americana, em Santiago, contra a Universidad de
Chile. E no Brasileirão, o próximo confronto será contra ninguém menos
que o líder Fluminense, também no domingo, no Morumbi.
Lucas posa para fotos dos parceiros após primeiro gol (Foto: RUBENS CHIRI/PERSPECTIVA/Agência Estado)
Tudo errado para Saulo, tudo certo para LucasSaulo entrou em campo ovacionado pela torcida do Leão, ainda emocionada com as lágrimas derramadas pelo goleiro após defender pênalti contra o Atlético-GO, na rodada anterior. Lágrimas de alegria que virariam de dor e vergonha na semana seguinte.
O goleiro deve ter se animado com seu início, ao espalmar chute forte de Rafael Toloi, e outro bem colocado por Douglas. E também com o início do Sport. Nos cumprimentos, Rogério Ceni havia dito a Cicinho, companheiro de tantos títulos em 2005, que era um prazer revê-lo. Prazer que virou incômodo nas bolas paradas do lateral-direito, agora no Leão. Ele bateu escanteio na cabeça de Gilberto, que abriu o placar. Logo em seguida, a parceria se repetiu em cobrança de falta, mas Ceni conseguiu espalmar com o pé.
Atrás no placar, o Tricolor melhorou. Maicon foi centralizado e Douglas passou a ser o "novo Osvaldo", aberto pela esquerda. O time se acertou e a maré de Saulo começou a mudar quando Lucas acertou um chute improvável, de longe. Um golaço! Só não tão improvável quanto seu segundo gol. No cruzamento de Luis Fabiano, a bola parecia dominada nas mãos do goleiro, mas escapou. E caiu nos pés de Lucas. Festa da minoria na Ilha. Desespero da maioria, principalmente de Saulo, que voltou a fazer cara de choro ao se desculpar com as arquibancadas.
Como se não bastasse, até quem estava a favor resolveu jogar contra. Após boa tabela de Cortez e Luis Fabiano, muito participativo, Rivaldo tentou cortar e encobriu o próprio goleiro, marcando contra o terceiro gol são-paulino. O nervosismo do Sport era nítido. O São Paulo parou de dar espaços e os anfitriões não chegaram mais pelas laterais, onde Cicinho e Renê deram muito trabalho nos minutos iniciais.
Rogério Ceni consola Saulo após falha do goleiro
do Sport no primeiro tempo (Foto: Reprodução)
Vitória que só não virou goleada ainda no primeiro tempo porque Douglas
perdeu chance incrível. De bom mesmo para Saulo, só o abraço consolador
de Rogério Ceni antes de irem para o vestiário. E a compreensão dos
torcedores.do Sport no primeiro tempo (Foto: Reprodução)
Hat-trick e tranquilidade
Rivaldo, que era vaiado a cada toque na bola depois do gol contra, nem voltou. Entrou Marquinhos Gabriel. Mas não mudou a apatia do Sport, que já entrou em campo derrotado no segundo tempo. Para quem precisava fazer dois gols para empatar e amenizar a desesperadora situação da tabela, a equipe não teve o menor poder de reação. Hugo, pela esquerda, esbravejou com os parceiros. Não adiantou nada.
Maicon, que dava a cadência ao meio-campo do São Paulo, teve de sair, lesionado. Ney Franco optou por Ademilson, demonstração clara de que apostava no contra-ataque para ampliar a vantagem. Aposta certeira!
Não com Ademilson, mas com a dupla de craques que pode levar a equipe à Libertadores do ano que vem. Lucas, pelo meio após a mudança, tabelou com Luis Fabiano e deslocou Saulo. Mais um do camisa 7 e tranquilidade para os visitantes.
O jogo, muito aberto desde o início, finalmente ganhou ritmo mais lento. Satisfeito com a vitória, o São Paulo tentou administrar e ainda teve uma ótima chance com Luis Fabiano. Ele poderia ter tocado para Rhodolfo, mas imagine como se sente um artilheiro nato quando seu time faz quatro gols e nenhum é dele. O Fabuloso tentou o cantinho, errou, e ouviu seu nome gritado pelos tricolores, como de costume.
No Sport, Hugo seguiu ditando o ritmo. Primeiro, recebeu na entrada da área, bateu com força e obrigou Rogério a fazer uma defesa impressionante. Depois, em cobrança de pênalti sofrido por Gilberto, marcou um merecido gol. Nem comemorou. Ou por já ter sido campeão pelo São Paulo, em 2007 e 2008, ou porque o time da casa não tinha muito a comemorar.
Wellington tenta o desarme durante vitória do São Paulo na Ilha (Foto: Antonio Carneiro/Pernambuco Press)
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